O mindfulness é aprender a parar! É um treino mental que integra mente e corpo.
Ensina a tomar consciência das sensações, pensamentos e sentimentos; a aumentar a consciência e atenção pelos atos; mudar o modo de agir, viver e relacionar-se.
As origens do mindfulness, traduzido em português como “atenção plena”, provêm de uma das práticas de meditação do budismo. A sua utilização em psicologia está relacionada com uma atitude aberta ao presente e um estado mais consciente sobre as ações e processos mentais.
O pioneiro no uso científico das técnicas de mindfulness, inicialmente num programa para redução do stress, foi o Kabat-Zinn, da University of Massachusetts Medical School (1990) que definiu mindfulness como uma forma específica de atenção plena – concentração no momento atual, intencional e sem julgamento.
A prática do mindfulness visa redirecionar a pessoa para o presente, através da observação imparcial da vivência e baseada numa atitude de serenidade, curiosidade, abertura e aceitação.
A ideia central na literatura sobre este tema é que viver em piloto automático promove modos rígidos e limitados de reagir, sendo que a consciência atenta permite responder melhor às situações do dia-a-dia. Aprende-se a agir com escolha e intenção em vez de uma forma reativa (ex: em situações de stress o objetivo é tentar acalmar-se, não ceder a emoções negativas como frustração/angústia e tentar encontrar uma solução de forma tranquila).
Concentrar-se no aqui e no agora, significa estar em contato com o presente e não estar bloqueado com lembranças do passado ou com pensamentos sobre o futuro. Os conteúdos das sensações, sentimentos e pensamentos são vivenciados na maneira como se apresentam e aceites como legítimos (não existe categorização em positivo ou negativo).
As práticas de mindfulness exigem disciplina e perseverança, podendo ser praticadas:
– Formalmente: deixar os pensamentos fluir em silêncio durante alguns minutos – perceção direta e sem reflexão do que se sente no momento (prestar atenção plena ao corpo e mente).
– Informalmente: experimentar trazer para o cotidiano o aprendido formalmente (ex: ao conduzir, prestar atenção ao caminho ou naquilo que o acalma).
A abordagem mindfulness é baseada na aceitação da experiência e não na reação à experiência em si, uma vez que as racionalizações são suspensas. Existe um reconhecimento e aceitação da realidade como ela é, sem avaliação emocional, distorções mentais ou reações automáticas (maior consciência das experiências negativas, sem uma atitude de evitação).
Primeiramente é preciso aprender a estar consciente (mindful) e atentos às respostas e reações e, posteriormente, aceitar as condições naturais da vida, originando respostas mais criativas e funcionais.
É uma forma de estar verdadeiramente no presente, em vez de estar preso no passado ou a projetar o futuro. Não se trata de esvaziar a mente, mas de concentrar a energia no aqui e no agora, com o propósito de obter mais clareza e capacidade para lidar com as adversidades, tomar controle sobre a vida, assumir escolhas e responsabilizar-se pelas suas consequências.