A depressão é uma das doenças psiquiátricas mais frequentes que provoca sofrimento para o doente e para os que o rodeiam. Prejudica o funcionamento global, perturbando significativamente o rendimento no trabalho, a vida familiar e social. O seu diagnóstico passa muitas vezes despercebido, por falta de reconhecimento da depressão como doença ou porque os sintomas são atribuídos a outras causas, levando à desvalorização destes e da pessoa que os apresenta.
Quando a intensidade dos sintomas é menor, os doentes conseguem, aparentemente, funcionar normalmente, mas a sensação contínua de fadiga, tristeza, desinteresse e tensão provoca um grande desgaste. Dia após dia acumulam-se emoções negativas até entrar num estado de incapacidade, sem recursos mentais nem energia para estabelecer objetivos orientados para o bem estar. Convêm salientar que as pessoas que não conseguem ultrapassar as dificuldades do passado não são frágeis, o que aconteceu é que sentiram um nível excessivo de dor ou medo nessas vivências.
Prevalência
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 121 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo (estima‐se que 1 em cada 5 pessoas tenha sofrido ou vá sofrer de depressão durante a vida). A depressão é a quarta principal causa de incapacitação no mundo e, de acordo com projeções da OMS, em 2030 ela será o mal com maior prevalência mundial.
A depressão não escolhe idades, nem género (apesar da sua prevalência ser ligeiramente superior nas mulheres) e pode durar desde meses a anos.
Origem
A depressão é referida como uma doença multifatorial, por apresentar causas diversas:
Sintomatologia
O reconhecimento dos sintomas e o diagnóstico em fase inicial ajudam a ultrapassar com maior sucesso uma depressão. O psicólogo deve ter em conta todos os sinais (observáveis) e sintomas (descritos pelo doente). Por vezes não aparece, inicialmente, sintomas emocionais, mas sim físicos como a fadiga, dores, pressão no peito, insónia, o que leva o doente e o médico a pensarem noutro tipo de doença, dificultando o seu diagnóstico.
Em geral, o doente está deprimido quando apresenta 5 ou mais dos seguintes sintomas num espaço de pelo menos duas semanas, na maioria dos dias e quase todos os dias, representando mudanças no funcionamento prévio do indivíduo.
Tratamento
A depressão é uma situação clínica que não pode ficar sem tratamento adequado, sob o risco de se tornar crónica.
Existem meios para tratar a depressão e evitar as recaídas, onde se inclui a farmacológica (uso de antidepressivos que requer acompanhamento psiquiátrico) e a psicoterapia (aquisição de competências de auto-gestão). No caso da psicoterapia o psicólogo procura em conjunto com o paciente os fatores predisponentes, precipitantes e de manutenção, aumentando a consciência e clareza do problema em questão. Uma intervenção eficaz passa pela alteração da perceção das memórias e representações mentais das experiências perturbadoras.
Prevenção